O
aumento da abstenção e dos votos nulos na repetição das eleições
de 2022 para o círculo da Europa da Assembleia da República é uma
expressão do protesto dos portugueses que viram o seu voto anulado
em fevereiro.
A TSP – Também somos portugueses – Associação Cívica pediu aos portugueses na Europa que se mobilizassem de novo e votarem nesta repetição das eleições, mas recolheu as posições contrárias de muitos eleitores, que declararam:
– não votar nesta repetição das eleições como forma de manifestar o seu protesto pelas leis eleitorais existentes, e pela anulação dos seus votos na primeira votação;
– insistir em não incluir a fotocópia do cartão de cidadão, entendida como uma ameaça à sua privacidade.
As consequências que todo este processo trouxe foram uma diminuição
de 85.519 votantes, de 195.701 em fevereiro para 110.182 em março,
tendo a participação eleitoral passado de 20 % para 12 %; e 33.656
de votos anulados, 30 % do total de votantes.
Continuamos também com centenas de milhares de portugueses no estrangeiro a não receberem o seu boletim de voto, como admitiu a própria Ministra da Administração Interna.
A Associação TSP partilha a frustração dos muitos milhares de portugueses que se viram privados do seu direito de voto, votos esses contados precisamente no dia em que se comemorou a data em que o período de tempo em democracia ultrapassou o tempo passado em ditadura. A democracia plena ainda não chegou a todos os portugueses. Só chegará quando o exercício do direito de voto for completamente assegurado a todos, independentemente do lugar onde vivem. Para isso será necessário alterar as leis eleitorais e melhorar processos administrativos.
A TSP- Também somos portugueses – Associação Cívica publicará muito em breve o relatório que tem estado a preparar sobre as eleições legislativas de 2022, com o diagnóstico dos problemas e as recomendações para a sua resolução. Esperamos que todo este sobressalto eleitoral não seja esquecido, e os parlamentares e governantes que em breve tomarão posse tenham consciência das suas responsabilidades. Há um problema grave a a resolver, há uma ferida a sarar.
A
TSP – Também somos portugueses é uma Associação Cívica
Internacional que defende os direitos dos milhões de portugueses
residentes no estrangeiro.